(...)
"- Eu não concordo. É contra-natura.
- Oh JC, contra-natura é viver uma vida de merda, sufocado em mentiras e angústias.
- Menina Nádia, Deus criou o homem e a mulher...
- Moral não é direito. Além de que, não há nada de imoral no amor.
- São bichas tresloucadas. Basta ver aqueles desfiles. Parecem Barbies com barba a esfregarem-se uns nos outros.
- O exibicionismo e a promiscuidade irrita-me tanto em gays como em heterossexuais.
- Não me digas que também concordas que eles possam adoptar?
- Claro que sim. Porque eu entendo que o papel primordial dos pais é educar e preparar um ser humano decente para a vida e para a sociedade, logo parece-me profundamente injusto passar um atestado de incompetência a um pai/mãe baseando-me nas suas opções sexuais.
- Tás maluca! E o exemplo que eles passam às crianças? Não te parece preocupante?
- Exemplos? Queres saber o que são maus exemplos? Pais que se embebedam, gajos que espancam as mulheres, às vezes na presença dos filhos, famílias que proporcionam ambientes nada seguros à criança, violências verbais e físicas constantes, falta de amor, ausência de diálogo... isto sim são maus exemplos meu caro.
- Isso é tudo muito bonito, mas é na maioria das vezes demagogia. Aposto que não querias ter um filho gay.
- O que não queria era um filho infeliz ou sem saúde."
Esta conversa (aqui resumida) surgiu a propósito deste estudo vergonhoso.
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Não se iluda... Este blog é somente um exercício de higiene íntima
13 criaturas afundaram esta pérola:
Os homossexuais e as lésbicas aprendem, desde muito cedo, que têm de se defender do mundo pela sua diferença e, acreditem, é muito doloroso! É doloroso saber que os seus sentimentos têm de ser escondidos, camuflados, durante uma vida inteira, e aqueles que se atrevem a serem honestos consigo e com o mundo inteiro, têm pela frente um inferno, uma luta constante contra a descriminação, que muitas vezes acaba em suicídio! Imaginem-se vocês a serem descriminados e gozados, como se fossem palhaços, ou pior, como se fossem uma figura burlesca e bizarra, apenas por se atreverem a amar!!!!! As religiões condenam a homossexualidade (não deveriam elas promover o amor, a paz e a harmonia entre todos os Homens?), os políticos têm medo de falar dela, a sociedade nem pensa, na maior parte das vezes, age brutalmente (lembram-se do caso Gisberta, no Porto?). Poderia aconselhar algumas leituras, como Oscar Wilde ou até mesmo "Orlando"
da Virginia Woolf, alguns filmes como "Tudo sobre a minha mãe" do Almodóvar, "Happy Together" do Wong Kar Wai, "Boys Don't Cry" do Kimberly Peirce, com a Hillary Swank, ou o galardoado "Brokeback Mountain" do Ang Lee, que oiçam Glam Rock dos anos 70 (David Bowie, Brian Eno, Roxy Music, o "Transformer" do Lou Reed), os novíssimos Antony & The Johnsons, o transexual Baby Dee ou os dois primeiros álbuns dos Suede ("Suede" e "Dog Man Star"), vejam fotografias do Robert Mapplethorpe, Michal Macku ou Tee Corinne e... façam uma reflexão!Muitos daqueles que odeiam a homossexualidade, podem muitas vezes, ter alguém que adoram (um irmão, um amigo, etc) que também é, mas que por medo, lhes esconde! Pensem nisso... pensem no que é querer amar e não poder... porque o mundo não quer! Em ter medo de levantar a cabeça na rua, pois as pessoas têm nojo, como se tivesse lepra, ou afastam-se, como se tivesse uma doença contagiosa! Pensem nisso! Vou de férias para o Porto Santo e levo comigo um livro interessante. "O Jovem Persa" da Mary Renault (que fala da homossexualidade na antiga Grécia e descreve a vida amorosa de Alexandre, o Grande - na antiga Grécia a homossexualidade era coniderada normal)).
"Once I pass'd through a populous city imprinting my brain for future use with its shows, architecture, customs, tradition,
Yet now of all that city I remember only a man I casualy met there who detained me for love of me,
Day by day and night by night we were together — all else has long been forgotten by me,
I remember I saw only that man who passionately clung to me,
Again we wander, we love, we separate again,
Again he holds me by the hand, I must not go,
I see him close beside me with silent lips sad and tremulous."
Walt Whitman
Aiiii, santa ignorância a desse seu amigo...
Só falta dizer que é contagioso e que se "apanha isso" por apertar a mão ou por estarem na mesma mesa ao jantar.
Cuidado, eles(as) andem aí e vão contaminar o mundooooo!
Falando do caso específico da adopção, acho ridículo que se considere que as crianças apreendam maus exemplos por terem pais gay. Como se essa opção sexual dos educadores levasse a que as crianças se tornassem obrigatoriamente gays no futuro...
Mais: por essa ordem de pensamento tacanha, se nascemos todos de um pai e de uma mãe, então não haveriam homossexuais (já que as crianças apreenderiam o tal modelo parental). Mas é claro que todos sabemos perfeitamente que os homossexuais não advêm exclusivamente de famílias que escolhem essa opção sexual.
Abraço
WWW.MOTORATASDEMARTE.BLOGSPOT.COM
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"Mas é claro que todos sabemos perfeitamente que os homossexuais não advêm exclusivamente de famílias com essa opção sexual". Isto é o que eu queria dizer ;)
Opção sexual...
Eu não optei, já nasci assim...
Gostaria que um dia desenvolvesses o tema.
Quanto ao tema hoje abordado,confesso que tenho muitas dúvidas e muito poucas (nenhuma) certeza.
Abraço.
Corroboro a perspectiva apontada por Moutal. Falamos de identidades sexuais e não de opções. Aliás, nem os heterossexuais optam por sê-lo.
Os homos têm uma coisas porreiras, são asseadinhos e cozinham bem!
É sabido que para mudar mentalidades há sempre o sacrifício de quem é pioneiro. O problema é que as crianças estariam numa posição melindrosa perante os outros. Mesmo assim, e sabendo que não consigo vestir-lhe a pele de melhor forma, mas se fosse mais um abandonado numa instituição de caridade, à espera de um pai/mãe/pais/mães... é claro que preferia um lar! É claro que queria!!
No meu entender e apenas no pouco valor que tem, desde que as crianças recebam (e saibam dar) o que é essencial, tudo mais são pequenos pormenores.
E continuo a dizer, são asseadinhos e sabem cozinhar!
Infelizmente ainda há muita gente atrasada. Vários estudos revelam que 10% da população portuguesa é gay ou bi.
A diferença é que antigamente casavam-se e viviam infelizes ou condenavam-se a uma vida de solidão ou viver sempre a olhar por cima do ombro.
Conheço muitos casos que meteriam muita gente hetero a um canto no que toca de valores morais e personalidade.
Quem aceita, aceita. Quem não aceita não condene. Já vi casos em que os pais querem trata-los porque acham uma doença, e muitas opiniões ouvi em que era bem mais granve ter-se um filho gay/bi do que ter-se um filho toxicodepentente.
Como sempre há muita gente de juízos errados e o tuga gosta muito de ficar escanque de não evoluir e de sentir medo da mudança ou do que é diferente. Mentalidades...
Aposto que se esse teu amigo convivesse com gays durante uns tempos sem saber e depois lhe contassem, tenho a certeza que mudaria de opinião.
Resumindo: O cu é de cada um e ninguém tem nada a ver com o que se faz com ele.
*****
Sim, têm plena razão. Expressei-me mal, apenas isso. Corroboro as vossas opiniões...
Abraços
Ao princípio pensava que a homossexualidade era uma questão de deficiência hormonal. Como exemplo concreto, temos um caso verídico em que… atletas olímpicas, Russas, afim de melhorar os desempenhos, injectavam-se com hormonas masculinos.
Ao fim ao cabo, resumindo, como efeitos secundários, para além da massa muscular e cabelos pudicos nos peitos, desenvolveram uma atracção sexual por elementos do mesmo sexo. Viraram lésbicas!
Mas como tudo na vida, muda. A minha perspectiva não era excepção com a minha mais recente descoberta, isto é, a uns tempos atrás, da meditação.
Comecei, primeiro, como curiosidade, a praticar alguns exercícios de meditação. O que, após uns tempos, e logradas as expectativas, verifiquei dormir melhor…
E aquelas noites perdidas, de insónias, rebolando agitado em idealismos e resoluções, passavam a ser uma coisa do passado.
E para mais que não fosse, dormir melhor, a meditação tinha a sua utilidade.
E com isto em mente, e aqui é que a porca torce o rabo… mas isso é outra historia. Digamos, somente, que a teoria das reencarnações deixou de ser teoria.
Mas esta recém descoberta, por experiencia própria, não o é sem receio.
Com este facto, adveio-me a possibilidade, inevitável, de reencarnar no sexo oposto. E pior ainda, fazer amor com uma mulher, pensando, que noutra vida já foi homem! O que me deixou uns tempos traumatizado… tornar-me no objecto da minha adoração, inconcebível para mim!
A vida é como uma equação, basta um erro de cálculo para sermos induzidos em erro.
E o erro, claro está, no facto da construção de vida ser construída com base numa forma e não na sua essência.
E para aqueles que ainda se lembram da metáfora:
a essência do barro
Uma jarra por ajudar a definir a essência do barro, não quer dizer que seja a sua essência, pois as suas formas são das mais variadas possíveis.
Mas o que será o barro sem as suas formas?
Então, se a vida é liberdade. Não será a sua forma uma prisão?
Mas, ao mesmo tempo, como é que a essência conhece-se como um todo sem a individualização das formas?
Isto tudo para realçar, de igual modo como os gostos, que certos espíritos identificam-se mais com uns aspectos de que com outros. Motivo mais do que suficiente para entrar em conflito quanto tiverem que experienciar o seu oposto.
(No silêncio reside a chave do universo.)
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