sexta-feira, maio 16

Interlúdio

Hoje sei-o. Li-te e revi-me em ti. Eu procuro-te. Tu procuras-me. Mas quando estamos juntos, nunca estamos, efectivamente juntos. Hoje sei-o. A minha solidão é da mesma cor que a tua. Perdoa-me.

19 criaturas afundaram esta pérola:

Anónimo disse...

Como é possível publicar textos tão brejeiros como os anteriores e depois algo com esta profundidade? Você é uma caixinha de surpresas.

Vieille Canaille disse...

I die

I die when you walk by
So beautiful and strong
Each day you pass my way
In your bubble where nothing goes wrong
You think your youth
A perminent truth
But here is a tear for your eye:
Having forgotten how to cry
I die.


THE MAGNETIC FIELDS

lampâda mervelha disse...

http://www.photoblog.com/lampadamervelha/2007/05/18/lets-run-baby-lets-run.html

Rocket disse...

Estás perdoada, claro. Agora vai fazer o jantar enquanto eu abro aqui o jornal na secção de obituário para ver se morri...

MouTal disse...

O Joel tirou-me as palavras da boca.

A solidão deve ser uma coisa lixada...

Abraço.

Su disse...

ena por momentos imaginei.t so.cretina:)))))))))))))

só pela parte do perdão:))

ok ..marei


jocas maradas menina

Vieille Canaille disse...

Acabei de chegar do concerto da Mariza... foi um concerto bonito, foi sim senhora! Gosto muito da versão de "Barco Negro" da Amália Rodrigues (muito embora seja practicamente impossível fazer-se comparações com a Amália... mas acho que a Mariza estava à altura!). E por falar em Fado, Amália, Mariza e solidão:

Barco Negro

De manhã, que medo, que me achasses feia!
Acordei, tremendo, deitada n'areia
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração.

Vi depois, numa rocha, uma cruz,
E o teu barco negro dançava na luz
Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas
Dizem as velhas da praia, que não voltas:

São loucas! São loucas!

Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo, em meu redor,
Me diz qu'estás sempre comigo.

No vento que lança areia nos vidros;
Na água que canta, no fogo mortiço;
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo.


Amália Rodrigues

Zb disse...

hoje a minha cor cá em casa também é essa... estou de solidão, e isto é arreliante, confesso. Já não estou habituado a estas coisas. Mas se começo por avezar a estas solidões, imagino que qualquer dia já não quero outra coisa.

abraço e beijos

MARNUNEFREI disse...

Loneliness is a treasure, if you run from her, you will be just selling a thing, for the one you love. Meaning, your relationships will be nothing but a trade.

MARNUNEFREI disse...

Tenho de confessar uma coisa: a parte do perdão também me ficou atravessada. Só por te encontrares fragilizada, entenda-se sensibilizada, não quer que estejas errada!

Que mania que as pessoas têm de associar a fragilidade à fraqueza e, consequentemente, a erróneo. Quando é a sensibilidade que nos difere dos animais.

“Só por baixares as calças, não quer dizer que lhe tenhas de dar o cu!”

Viéeville… excellent, monsieur!!!

Pardon mon Français, Vielle. Mais je pense que vos enchanté mieux… viéeville: vie e ville (vida e cidade). Ce seulement une sujétion, mon ami!

Vieille Canaille disse...

Caro marnunefrei, peço desculpa, mas não entendi o que me quis dizer (se é que estava a dirigir o seu último comentário para mim). Eu não sou francês - apesar de não me dar mal com a língua -, e Vieille Canaille é tão só um personagem criado pelo Serge Gainsbourg (músico por quem sinto uma admiração profunda) ao qual roubei a identidade para a atribuir ao meu nick.

Um abraço.


Ainda para a blueminerva, e relativamente a este post, acordei hoje a pensar nestas tuas palavras e lembrei-me do tema "Rock'n'Roll Suicide" do David Bowie, da sua fase Glam Rock, de 1972, em que ele cantava, mais ou menos a meio da canção:

"Oh no love! you're not alone
Youre watching yourself but you're too unfair
You got your head all tangled up but if I could only
Make you care
Oh no love! you're not alone
No matter what or who you've been
No matter when or where you've seen
All the knives seem to lacerate your brain
Ive had my share, Ill help you with the pain
You're not alone"

E terminava o tema, practicamente aos berros, dizendo:

"Just turn on with me and you're not alone
Lets turn on with me and you're not alone (wonderful)
Lets turn on and be not alone (wonderful)
Gimme your hands cause you're wonderful (wonderful)
Gimme your hands cause you're wonderful (wonderful)
Oh gimme your hands."


Posto isto, faço minhas as palavras dele, e a emoção contida nestes versos, e dedico-as a ti!


You're not alone.... give your hand!


Beijos tresloucados e meiguices mil.

Blueminerva disse...

Meus queridos amigos,
Vagueamos entre tantos e ainda assim, sentimo-nos sós. Há dias assim, que se eu pudesse, ficava enfiava na minha concha... ninguém pra ver, ninguém pra falar... solidão auto imposta. E depois expelimos a raiva em cima de quem amamos. É um cano escape conveniente mas cruel. É algo que eu tenho que me educar.
Senti a palmadinha nas costas.
Bem hajam!
Um arquipélago de abraços

MARNUNEFREI disse...

Vieille canaille,

Tirando os erros, e o feio costume de ler as coisas pelo meio e automaticamente deduzindo o seu significado… often… caio no erro de interpretar algo completamente diferente do seu contexto original, como é o caso aqui.

Então, sempre que leio, e invés de ler Vieille -e pensando melhor -, leio Vieiville. O que neste caso toma a forma de um pro.nome pessoal e não, tão-somente, de um adjectivo. O que lhe atribui originalidade e significado.

O que para um nickname… não está nada mau!

“Vieiville canaille”

Fragmentação:

Vieille canaille (velho canalha)

Vie.i.ville (vida i cidade)
Viei.vi.lle (tirando o vi, fica vieille: velho)

Vie.i.vi.lle (Sendo a sua essência: a vida, a cidade e a velhice)

O que penso ter tudo a ver consigo.

Começo a compreender melhor o conceito de que na vida nada tem significado além daquele que lhe atribuímos. O que, por sua vez, torna-se a nossa experiencia, a vida vivenciada.

E, no meu ver, explica a lacuna contextual existente na mentalidade histórica.

Por isso, não me leves a mal se te começar a tratar por VIEIVILLE

MARNUNEFREI disse...

E COMO TUDO É ACERCA DE SIGNIFICADO:

BLUE.MINERVA – A DEUSA DA SABEDORIA AZUL!

Anónimo disse...

Querida amiga sabes bem o que penso dessa relação.E enquanto for essa a tua escolha hás-de acordar sempre ao lado dessa solidão. E Deus sabe como mereces mais e melhor para ti. Só espero que um dia também tu saibas.
abraços e abraços e abraços

Vieille Canaille disse...

Obrigado pela explicação marnunfrei! Agora entendi-te (e como...). Um grande abraço. É um prazer muito grande da minha parte façar contigo. (Ps - trata-me por tu, por favor... não sou muito velho (apesar do nick), tenho 34 anos. Obrigado).

Vieille Canaille disse...

Ainda para a Blueminerva (e ainda relativamente ao tema deste post):

Mr. Blue

Winter sounds the crying
Like an old man slowly dying
And the only sound, the wind that fills the trees
Even colder comes the moon
And though it never seems too soon
A sudden stillness as the rainfall starts to freeze

I'm
I'm here to stay with you
And no matter what you do
When you're lonely - I'll be lonely too


I'll come to you at night
When all the world is sleeping tight
And lie beside you, till the early morning dew
You can't hear me, you can't see
But you can feel me when you read
The folded letter she left addressed to you


A young girl, she is shaded
Bears the scars that never faded
Of the baby that was born on Christmas Day
While the heavens sing their song
A child's life is never long
'Cos the food supplies will only last a day


Patriot emotion, is the cause of the commotion
After all there's really no-one here to blame
Soldiers taking orders, 'cos we must defend the borders
Of our nation (and the other side's the same)


Yazoo

Blueminerva disse...

Amigo Vieille,
Estragas-me com tantos mimos. És o meu ombro virtual. Aquele ombro amigo para onde recorremos quando precisamos. Um beijo grande.

Merchi disse...

... beautiful!