"A refundação moral e política da Polónia"

As políticas anticomunistas e homofóbicas dos gémeos Kaczynski voltam à ordem do dia.

Breve resumo das políticas de Varsóvia

No Verão de 2006, o presidente Lech Kaczynski defendeu a restauração da pena de morte.

Em Outubro, depois de ter preparado a mais restritiva legislação antiaborto da Europa - estendendo a proibição a casos de violação - o número 2 do Governo polaco exigiu que a União adoptasse políticas semelhantes, afirmando que «um continente que mata os seus filhos será ocupado por gente que não o faz».

Em Novembro, o primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski anunciou que ia boicotar as negociações para a renovação do tratado comercial entre a UE e a Rússia - a principal fornecedora de gás natural ao velho continente. Depois, recuou.

Em Janeiro de 2007, a Polónia iniciou, publicamente, conversações com os EUA para a instalação de um sistema antimíssil, sem consultar os seus parceiros europeus ou a NATO.

Em Fevereiro, Maciei Gertych, deputado pela Liga das Famílias Polacas, usou o logótipo do PE para difundir um panfleto anti-semita, onde se dizia que «os judeus preferem viver noutras comunidades».

Já este mês, o Governo deu dois meses a 700 mil dos seus cidadãos (jornalistas, professores, funcionários públicos, políticos e altos cargos directivos, empresariais ou públicos, advogados, juízes etc...) para que confessem, «voluntariamente» se haviam colaborado com a polícia secreta comunista, nos tempos do domínio da URSS.

Depois das purgas anticomunistas dos últimos meses, nas próximas semanas o Governo polaco deverá aprovar uma lei que estabelece o despedimento de todos os professores que «promovam atitudes homossexuais». Ou seja, o professor que faça referência à homossexualidade na sala de aula, será punido com pena de multa, e aquele que ousar, admitir a sua homossexualidade poderá ser despedido e até preso.

Para quem acreditava que a Europa era o exemplo da pluralidade... cá está... os fundamentalismos também pairam por estas bandas.