A propósito do concurso "Os Grandes Portugueses"

Quanto aos que defendem que se vote em Salazar, tenho a dizer o seguinte:

“Não concordo com o que dizes, mas defendo até a morte o direito de o dizeres.” - Voltaire

Muito se tem falado no novo concurso da RTP.
Eleger o melhor português é, na minha opinião, ridículo. Como é possível comparar Fernando Pessoa e o seu enorme contributo para as artes, com Aristides de Sousa Mendes, o homem como metáfora do humanismo e solidariedade? Mas devo confessar que o que mais me espantou, foram os resultados: como pode estar António Oliveira Salazar na lista dos dez mais votados?
Embora só tenha assistido a um único programa, sinto vergonha de Salazar constar na lista dos 10 grandes portugueses!
Portugal tem efectivamente curta memória... Esqueceu-se da PIDE, da guerra, do silêncio. Esqueceu-se da Grândola, dos cravos, da liberdade. Paradoxalmente, manteve Salazar.
Que saudosismo da miséria, analfabetismo, censura, atraso, tortura, tristeza, fome, medo, escravatura estes portugueses têm! Impressionante!
Salazar foi um tirano, um dos maiores da história europeia do século XX! E foi um cobarde, pois só um cobarde mandaria matar Humberto Delgado à traição e para lá da fronteira com a Espanha...
Não se pode inverter os papéis, por muito que custe a alguns.



"Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade"


Obrigada Zeca!
A democracia não esquece!