Ler Henry Miller é uma delícia. Miller destrói a hipocrisia, o “american way of life”. Louco, arrogante, pornógrafo, o controverso escritor norte americano foi acusado de tudo um pouco.
Eu acrescentava apaixonante, energético e ambicioso. O próprio escritor reconhecia a complexidade da sua obra, tendo dito - " a minha obra é o espelho do homem que eu sou: confuso, temerário, exuberante, obsceno, turbulento, escrupuloso, inquieto, mentiroso. O homem diabolicamente sincero que eu sou."
Os seus livros foram proibidos por várias décadas devido ao conteúdo pornográfico. Devo dizer no entanto, que todos os que lêem Henry Miller pelo sexo acabam desapontados. É que Miller merece mais, simplesmente porque a obra de Miller é mais...muito mais.
Nietzche disse um dia - “ quem quiser ser um criador, no bem e no mal, tem de ser, antes de tudo, um destruidor e arrebentar valores.” Miller é um destruidor, um anarquista, mas o é tão somente na concepção de Nietzche, em que só se cria quando se destrói algo.
Miller é tão grande que se dá ao luxo de ser grande até nos seus defeitos.
Quem lê não consegue ficar indiferente.
A sua obra é vasta. Eu li o “Trópico de Capricórnio” e o “Pesadelo do ar condicionado”. Tenho a “Primavera Negra” mas ainda não li. Recomendo o “Trópico de Capricórnio” que é no mínimo perturbador sem deixar de ser hilariante.
1 criaturas afundaram esta pérola:
adoro henry miller. gostei muito de tropico de capriconio mas ainda assim prefiro o tropico de cancer. quanto ao facto de ele ser obsceno é puro moralismo de mentes curtas. um abraço
ricardo gois
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